Os povos indígenas do Tumucumaque que relatam aqui a etnografia do seu Território, vivem na região imemorialmente é conhecida por Complexo Tumucumaque, constituída pelas Terras Indígenas Parque do Tumucumaque e Rio Paru d’Este. O Complexo Tumucumaque pode ser dividido entre lado Oeste (abrangendo a porção ocidental da TI Parque do Tumucumaque) e lado Leste (porção oriental da TI Parque do Tumucumaque e totalidade da TI Rio Paru d’Este). Essas terras indígenas estão situadas na região em que o Brasil faz fronteira com o Suriname e Guiana Francesa, sendo que sua maior parte se encontra no norte do Estado do Pará, mas também há uma faixa de terra no extremo noroeste do Estado do Amapá. Nessas terras encontra-se em maior número os povos reconhecidos como Tiriyó e Katxuyana, que atualmente somam cerca de 2.027 pessoas, distribuídas em 51 aldeias dispostas à oeste do complexo, às margens dos rios Paru de Oeste (Erepecuru) e seu tributário Marapi. Na porção oriental, às margens do rio Paru de d’Leste, estão 29 aldeias onde vivem em maior número os Wayana e Apalai (cerca de 1250 pessoas), e junto à eles, os Tiriyó, Akuriyó, Txikiyana e algumas famílias Wajãpi (falantes do tronco Tupi). Uma vez que as aldeias estão concentradas nas cabeceiras e altos cursos dos rios, a navegação a partir do rio Amazonas é, hoje em dia, inviável, fazendo assim o único meio de acesso à região é a via aérea. Para além, muitas dessas famílias possuem parentes do outro lado da fronteira, sobretudo no Suriname e Guiana Francesa, cujos caminhos imemorialmente trilhados atravessam diversos pontos da serra do Tumucumaque, ligando as famílias em periódicas visitas. Desta maneira, não é certo afirmar que estes povos estão isolados, considerando o intenso fluxo de pessoas entre as aldeias e estas com as cidades. A etnografia permite entender as dinâmicas sociais, culturais e territoriais desses povos, constituindo um instrumento valioso para garantir a proteção e o respeito a seus direitos territoriais. A compreensão dos caminhos historicamente percorridos pelos povos indígenas e suas relações intertribais é fundamental para assegurar o acesso e a integridade desses territórios. Além disso, ressalta-se que esses povos não estão isolados, havendo intenso fluxo de pessoas entre as aldeias e destas com as cidades, o que reforça a relevância de compreender a etnografia para a segurança do Território Indígena. **POVO(S)** Ahpama, Ahpamano, Aipïpa, Akïyó, Akuriyó, Alakapai, Aparai, Arahasana, Aramaso, Aturai, Inkarïnyana, Kahyana, Kaiku, Apërën, Arimisana, Kukuyana, Maraso, Mawayana, Murumuruyó, Okomoyana Aramayana, Opakyana, Osenepohnomo, Wezamohkoto, Patakaiyana, Piayanakoto, Pïrëuyana, Pirixiyana, Pïropï, Sakëta, Tarëpisana, Tunapeky, Tunayana, Txikïyana, Upuruiyana, Waripi, Wayana, Werehpai, Wajãpi (do Cuc), Tupi Wajãpi (do Molokopote), Tupi **LÍNGUA(S)** Akuriyó, Aparai, Katxuyana, Tiriyó, Txikiyana, Wayana (tronco linguístico Karib), Wajãpi (Tupi) **SITUAÇÃO JURÍDICA** Homologada – Decreto s/n – 04/11/1997